quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A SAÚDE PÚBLICA. Por Laerte Braga.


Laerte Braga
Laerte Braga
avantebancario.blogspot.com
O que se gasta com empresas que operam o setor de saúde pública no esquema de terceirização embute, lógico, o lucro dessas empresas. E esse lucro torna evidente que é parte retirada dos recursos públicos para investimentos e custeio da saúde. Um modelo perverso em todos os sentidos e lesivo ao usuário do SUS.
O que poucos brasileiros sabem é que os planos de saúde, formados por empresas privadas, ou cooperativas, são subsidiados por recursos públicos. Mais uma vez o dinheiro retirado da saúde e gerando lucros a uns poucos.
Terceirização e privatização são sinônimos de engodo, de embromação e se voltam sempre contra o trabalhador.
Se olharmos para os carros que trafegam em nossa cidade vamos perceber que nenhum deles é nacional. São todos de montadoras estrangeiras. Temos e faz bastante tempo isso, condições de gerar tecnologias capazes de produzir um carro nacional, como o fazem diversos países do mundo.
Preferimos, por opção dos governos, pagar às multinacionais, conceder a elas benefícios e vantagens para que possamos produzir veículos automotivos.
Na saúde e na educação é a mesma coisa.
As vantagens e benefícios correm para as empresas que operam no setor, seja no âmbito federal, ou estadual, ou municipal. O usuário do sistema de saúde público é o único prejudicado.
O Poder Público tem condições de prestar e gerenciar serviços de saúde pública sem terceirizar ou privatizar e com melhor qualidade que os oferecidos pelas empresas.
Quanto se paga a uma empresa para gerenciar, como gostam de dizer, uma UPA? No caso de Juiz de Fora são 600 mil reais mensais por cada uma dessas unidades. Qualquer empresa que tenha um contrato de terceirização com a Prefeitura vai trabalhar com pelo menos 20% de lucro, ou seja, 120 mil reais subtraídos de investimentos e custeio da saúde pública mensalmente em cada UPA.
O modelo é cruel e penaliza o usuário.
Isso implica em sucateamento dos salários de médicos, enfermeiros, auxiliares de saúde, implica num menor número de exames (estabelecem uma cota mensal para não ultrapassar os limites e nem diminuir os lucros), precariza o atendimento e gera situações como a que vimos há dias numa unidade de saúde, onde um simples analgésico, Paracetamol, estava em falta.
Se observarmos melhor, o lucro é maior ainda, para as empresas. Trabalham em prédios públicos (não pagam aluguel) e boa parte dos servidores que usam e exploram são pagos pela Prefeitura.
Uma situação absurda.
É necessário reverter esse modelo e esse é um compromisso do Partido Comunista Brasileiro em sua proposta de CIDADE CAMARADA.
Essas mágicas que a publicidade mostra à população são na realidade apenas truques para vender a idéia equivocada que tudo funciona, que tudo está resolvido, quando na verdade cada cidadão está sendo lesado, pois o seu dinheiro, o imposto que paga, está indo para mãos de privilegiados que operam o setor de saúde.
A verdade é outra e a estamos demonstrando aqui.
Saúde como direito do cidadão é dever do Poder Público, está na Constituição e cabe ao Poder Público cumprir essa determinação.
PCB 90 ANOS
pcb.org.br
Assumir esses serviços, criar programas de medicina preventiva, substituir o dinheiro gasto com empresas e propaganda em benefícios reais para a população e transformar a saúde em realidade e não na fantasia que assistimos.
Concursos públicos para dispormos de médicos com remuneração justa, enfermeiros, auxiliares do setor em todas as suas necessidades, medicamentos, tudo isso é possível se houver vontade política e decisão do Poder Público.
Ao invés de propaganda, de terceirização, o Poder Público existindo e atuando como tal, voltado para os direitos do cidadão.
Esse é um compromisso do PCB.

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