sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Freixo prioriza saneamento básico.


Para Marcelo Freixo, saneamento na Zona Oeste é prioridade

Marcelo Freixo e pescador Ivo Soares
Foto Adriana Lorete
O crescimento populacional dos bairros da Zona Oeste do Rio não vem acompanhado de investimentos públicos que garantam condições dignas para seus moradores. O candidato a prefeito do Rio pelo PSOL, Marcelo Freixo, em visita à Pedra de Guaratiba, na manhã desta sexta-feira (10/8), lembrou que, na chamada Área de Planejamento 5 (AP5), apenas 50% dos moradores têm acesso ao saneamento básico. A AP5 inclui também bairros como Campo Grande, Santa Cruz, Padre Miguel e Realengo. Para mudar esse quadro, o candidato vai criar a Secretaria de Saneamento Ambiental, voltada a elaborar projetos para melhorar o atendimento a essa população.

Na visita à Zona Oeste, Freixo também constatou falhas no planejamento do BRT, que, no lugar de melhorar, piorou a locomoção em alguns bairros, além de aumentar o número de atropelamentos. O candidato também conversou com pescadores que perderam sua fonte de renda por causa dos danos ecológicos à Baía de Sepetiba.

Pela proposta de Freixo, haverá uma revisão geral no contrato e no projeto da rede privatizada de esgotos da Zona Oeste. Dessa forma, poderão ser identificadas as metas inadequadas e inconsistências no projeto: "Aqui em Pedra de Guaratiba gastou-se mais de R$ 1 milhão na criação de uma rede de esgoto que nunca funcionou. O que vemos são bueiros construídos para não funcionar. Até escola municipal depende de carros-pipa para ter abastecimento de água".

O transporte também é outra grande queixa dos moradores da região. O aposentado João Batista, 81 anos, conta que não há ônibus com gratuidade que ligue Pedra de Guaratiba ao Centro do Rio. Ele explica que havia uma linha que cobrava R$ 4,75 e oferecia a gratuidade, mas ela foi cancelada pela Prefeitura. "Agora, tem apenas um ônibus de viagem, que custa R$ 8. Esta semana, eu preciso levar minha esposa ao médico, na (Avenida) Almirante Barroso. Vou ter que gastar R$ 32 ao todo para isso", se queixou Batista.

O candidato do PSOL pretende rever as licitações e a distribuição dos ônibus pela cidade ao assumir a Prefeitura, para corrigir distorções, como a falta de linhas na Zona Oeste. Freixo também pretende rever o projeto do BRT, para que ele seja adaptado para trilhos, forma mais barata e eficiente de transporte. "No caso da Transoeste, o que vemos é a falta de diálogo entre a Prefeitura e a população. O traçado foi planejado sem conversar com os moradores. Há locais que foram simplesmente atravessados pela via. Se você mora de um lado de Pedra de Guaratiba e quiser pegar a pista do outro, terá que fazer um retorno 12 quilômetros antes", afirmou Freixo, que também vai instalar uma sinalização adequada e passarelas nas estações do BRT, para evitar os atropelamentos, que vêm ocorrendo constantemente desde a inauguração do sistema.
Marcelo Freixo conversa com
o pescador Ivo Soares
Foto Adriana Lorete
O caso dos pescadores também chamou a atenção de Freixo. Ele conversou com o pescador Ivo Siqueira Soares, 60 anos, que contou sobre as dificuldades que ele e sua família têm em continuar na profissão: "Eu nasci aqui em Pedra de Guaratiba. Meus pais criaram 16 filhos com o dinheiro da pesca. Todo mundo trabalhava com isso, mas, agora, é impossível. A baía está completamente assoreada, além de poluída. Se antes você sabia que voltaria com peixes, não tem como garantir isso agora".

Os problemas dos pescadores se intensificaram com a instalação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA) na região, que, além de causar o assoreamento, trouxe também um aumento da poluição, lembra Freixo: "Houve um crescimento de 75% do nível de CO2 com a CSA. Não há justificativa alguma para a instalação dessa companhia na cidade. Mesmo o argumento de geração de empregos não se sustenta, pois ela levou ao fim de bem mais postos de trabalho na pesca do que criou. E os efeitos já estão se espalhando, pois os restaurantes típicos da região também não têm mais peixe para vender. Os donos são obrigados a comprá-los no Centro. Toda a economia local está sendo afetada".
José da Mota.

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